terça-feira, 14 de março de 2023

Anha

 Quando sou perguntado sobre a minha naturalidade ou onde vivo... digo, sempre, Anha. Depois, eventualmente, a entidade que me questiona arredonda para VN de Anha. Nunca me revi no "vila nova", por vários motivos... desde logo pq esse acrescento me parece desvalorizar o nome de Anha. Uma vila (ou cidade) não precisa de dizer que o é para o ser... e ainda por cima "nova"... parece-me uma neo-chieira pouco dignificante. Anha vinha quase à cabeça da lista de localidades e com o VN foi quase para o fim!... Acresce que, se o ego de alguém se inflamou com o epíteto de "vila", na realidade Anha não evoluiu em conformidade com essa designação. É certo que há evoluções e evoluções... e algumas não fazem falta nenhuma!... mas Anha continua uma freguesia atrasada e pouco evoluida em coisas essenciais. Qualquer anhense sensato fará essa leitura. Basta dizer que, até nas fotos, o ícone mais "importante" (e representativo) que os anhenses têm para mostrar de Anha é a sua igreja. No século XXI isso não é propriamente um dado positivo, sobretudo num contexto de Estado não confessional como é o estabelecido pela Lei. Em Anha, infelizmente, custa a distinguir o que é civil e o que é religioso. Ainda assim a freguesia teve um padre (precocemente desaparecido) que, mesmo num contexto "religioso", foi um vector de algum avanço. Esse presbítero conseguiu ser mais factor de evolução que as próprias autoridades autárquicas e os agentes civis... Se não fosse o Pde Alípio, Anha estaria ainda mais atrasada. Não digo que seja tudo negativo nesta terrinha, entre campos (cada vez mais abandonados), montes e o mar... obviamente que há coisas boas (tb sou suspeito pq é a minha pátria) nesta pacatez, entre o verde e o azul.

Mas podia ser, pelo menos um pouco, melhor.

Mesmo assim, adoro Anha.


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